Trouxemos uma selecção temática de poemas sobre: Poesia, Mar e Mãe.
Organizámo-nos em grupos e interligámos os vários poemas de cada tema a nosso bel prazer.
Misturámos os versos dos outros e recriámos um longo poema.
Finalmente, lêmo-los segundo diversas técnicas (leitura individual, coral, dialogada, jogralesca...).
sábado, 3 de maio de 2008
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19 comentários:
Decici que vou ser poeta!
- Decidi que vou ser poeta!
- Ah! Ah! Ah! Ah!
- E há poetas que são artistas,
Isto de fazer poesia
Hoje em dia
É carolice!
- Deixem falar os poetas,
Não se riam!
- Que é a poesia?
-É namorar uma ovelha...
-É comover-se com coisas de nada...
- É tão natural como o levantar do vento...!
- Ai! Que esquisitice!...
- Que triste não saber florir!...
- Olho-me e comovo-me,
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior.
- Não sou poeta alegre nem triste;
Nem o nobre doido que julgais
Sou talvez o pedreiro curioso
Que olha e se comove,
Simplesmente, poeta!
T2,
Alexandra Sobral
Carla Coelho
Carla Novoas
Luísa Coelho
Paula Soares
Paula Correia
Ser Poeta
Há poetas que são artistas
E trabalham nos seus versos
Para construir universos de palavras.
Isto de fazer poesia
Há quem ache esquisitice.
Ter que pôr verso sobre verso,
Como quem constrói um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!...
Isto de fazer poesia
Há quem ache esquisitice.
Sou talvez um pedreiro curioso e habilidoso
Que levanta uma pedra escura e áspera
Para mostrar uma flor que está por detrás…
Isto de fazer poesia
Há quem ache esquisitice.
Que triste não saber florir!
Elisabete Macedo
Maria Alice Rodrigues
Maria José Cunha
Turma 2
Poema à Mãe
Quando eu nasci
ficou tudo como estava.
Não houve nada de novo
senão eu.
Esquecida das dores a minha mãe sorriu e agradeceu.
Mãe!
Que verdade linda
o nascer encerra:
eu nasci de ti,
como a flor da terra!
Põe-me embrulhada nos teus
braços
no xaile do afecto
enquanto aprendo
a respirar fora de ti.
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Dá um nó cego muito apertadinho!
Quando passas a tua mão pela minha cabeça é tudo tão verdade!
Doce embalo nos teus braços
Sossego de me entreter!
Às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Não me esquecerei de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas…
Adelaide Silva
Glória Lourenço
T-1
Na Poesia nada se perde, tudo se transforma
Não sou alegre nem triste,
Sou poeta!
Não o nobre doido que julgais,
sou talvez um pedreiro curioso e habilidoso
que levanta uma pedra escura e áspera,
para mostrar uma flor que está por detrás.
Eu penso e escrevo como as flores têm cor
E a minha poesia é natural como o levantar-se o vento…
Olho-me e comovo-me
desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Uma ilha
cercada
de palavras,
Todo o Tempo É de Poesia
Adelaide Silva
Glória Afonso
T-1
Todo o Tempo é de Poesia
Olho-me e comovo-me,
Comovo-me como a água corre
Quando o chão é inclinado.
Desde a névoa da manhã
À névoa do outro dia.
Não sou alegre nem triste:
Mas que querem?
Não sou poeta.
Todo o tempo é de poesia.
A poesia não é um dialecto
Para bocas irreais. E a minha poesia é natural
Como levantar-se o vento…
Todo o tempo é de poesia.
Fala poesia!
Teresa Avelina
Maria José
T-1
Decidimos ser poetas
Decidimos ser poetas
Não somos alegres nem tristes
Somos poetas
E há poetas que são artistas
Entre bombas que deflagram
Desde a arrumação do caos
À confusão da harmonia
Que é o poeta?
É um dizer da voz do corpo
Olho-me e comovo-me
É preciso saber olhar
É talvez o sussurro daquele insecto
De que ninguém sabe os sinais
Silêncio insurrecto
Isto não é silêncio
Isto é outro poema!
T1,
Ana Mendes
Isaltina Marques
Teodora Coelho
Teresa Lopes
Rui Gonçalves
MAR
Os meus gestos são gaivotas que se perdem
Em sal, espuma e concha regressada
Mas quem mergulhou no fundo
Do sonho, esse fui eu.
Provo-me e saibo-me a sal.
Nesta cidade onde no sítio mais absurdo
Num sentido proibido ou num semáforo
Todos os poentes me dizem quem tu és.
O verdejante mar escalando as montanhas
E o labirinto das algas ainda agora oferecidas.
T1,
Ana Mendes
Isaltina Marques
Teodora Coelho
Teresa Lopes
Rui Gonçalves
MÃE
No xaile do afecto
Põe-me embrulhada nos teus braços
Esquecida das dores a minha mãe sorriu e agradeceu
Era a tua memória que sorria sobre o meu berço
Quem me dera, minha mãe, voltar a sentir-te assim
Sobe alto, à medida da tua altura
Mãe, não tem limite.
T1,
Ana Mendes
Isaltina Marques
Teodora Coelho
Teresa Lopes
Rui Gonçalves
Quando eu nasci
Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Dia da mãe?
Mas porquê?
Pois se ela, todo o ano,
nos dá amor e carinho,
nos ampara, nos afaga
e nos dá tudo o que tem.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Sim, porquê só nesse dia
nós lhe mostramos interesse?
A mãe merece presentes,
merece beijos, abraços,
carícias e muito mais.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...
Por isso nós dia a dia
vamos-lhe passar a dar,
com bondade, amor profundo.
Tendo sempre em pensamento,
seja qual for o momento,
que nenhum de nós sem ela
estaria agora no mundo.
Adélia Silva, Elizabete Cerqueira -T 2
Só um instante...
— Que é o poeta? Deixem falar os poetas … porque a poesia não é um dialecto para bocas irreais.
— É um homem que trabalha o poema. E há até poetas que são artistas e trabalham nos seus versos como um carpinteiro nas tábuas!...
— Eu, não me importo com rimas. Raras vezes há duas árvores iguais, uma ao lado da outra. Olho-me e comovo-me, comovo-me como a água corre, quando o chão é inclinado…
— Eu? Canto porque o instante existe e a minha vida está completa. O poeta beija tudo, graças a Deus… Mas eu, eu não sou o poeta, o nobre doido que julgais. Sou talvez um pedreiro curioso, e habilidoso, que reparou que os homens estavam tristes …
E,então, escreveu uns versos que começam desta maneira:
“ O segredo é amar …”.
Pois Isto não é silêncio...
Isto é OUTRO poema!
Adélia Silva, Cândida Passos, Elizabete Cerqueira, Manuela Gama, Paula Abreu - T 2
O segredo do mar
A «Flor do mar» avançando
navegava, navegava,
lá para onde se via
o vulto que ela buscava.
Sou o único vulto a bordo do meu barco.
Os outros, são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Sou tão grande, tão grande
que a vista toda tapava!
Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.
E Bartolomeu, meu amigo, erguido
aos marinheiros bradava
que ninguém tivesse medo
do vulto que ali estava.
A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
Sou eu o Vulto. Não me temeis!
Cândida Passos, Manuela Gama, Paula Abreu - T2
É preciso saber olhar!
Raras vezes me importo com as rimas.
Não sou poeta.
Que é a poesia?
Que é o poeta?
Há quem ria!
Na poesia,
Nada se perde,
Tudo se cria.
É preciso saber olhar?!!!
Olho-me e comovo-me
Com um pássaro que canta
Com a água que corre,
Um pai que olha desvanecido
Para o filho pequenino,
Um bocadinho de sol
Depois de um dia chuvoso.
Há quem ache esquisitice
Isto de fazer poesia.
É preciso saber olhar!
O segredo é amar...
Pelo sonho é que vamos
Ao encontro do imaginário e do real.
Decidi ser poeta!
João Torres
Clara Dias
Rosa Fernandes
Cristina Araújo
Turma 1
Mar
Era uma vez...
O senhor Mar
O mar salgado
O mar sonoro,
Sem fundo, sem fim
O mar da Liberdade!
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
As ondas enroladas são búzios
A lacrimejar na areia.
Eu quero viver no mar!
Puríssimo. Doirado
O mar das sereias,
Do rugido,do vento.
O mar azul, branco e luzídio.
Das anémonas, medusas e corais.
Eu quero viver no mar!
Cristina Araújo
João Torres
Rosa Fernandes
Clara Dias
Turma 1
Mãe
D oce embalo nos teus braços
I a chorar de medo e de abandono
A tua voz dentro de mim.
D urmo nos teus olhos
A inda oiço a tua voz
M as - tu sabes! - a noite é enorme
A inda oiço a tua voz
E squecida, ela sorriu e agradeceu.
Cristina Araújo
Clara Dias
Rosa Fernandes
João Torres
Turma 1
Eu canto porque o instante existe
Não me importo com as rimas
Penso e escrevo como as flores têm cor
Sou talvez um pedreiro curioso e habilidoso
Sou poeta
Todo o tempo é de poesia
O que é a poesia?
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia
Versos e mais versos
e construir universos
Todo o tempo é de poesia
Desde a arrumação do caos
à confusão da harmonia
Há quem brinque
Há quem ria
Deixem falar os poetas
Todo o tempo é de poesia
Entre bombas que deflagram
Corolas que se desdobram
Corpos que em sangue soçobram
Vidas que a amar se consagram
Tudo se transforma
Todo o tempo é de poesia
Há quem ache esquisitice
Mas que querem?
Silêncio insurrecto
Olho e comovo-me
E a minha vida está completa
Todo o tempo é de poesia
Fala POESIA
Alice Capelas, Célia Sousa,José Pereira, M. Graça Gonçalves, M. Jesus Manso
MAR
Não se nasce impunemente nas praias de Portugal
Puro espaço e lúcida unidade
Coluna de sal e círculo de luz
Reino de silêncio luz e pedra
Habitação de formas espantosas
Meu eterno mar
A tua beleza aumenta quando estamos sós
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza
As rotas nascem do desejo
Sei que há um corpo nunca encontrado algures no mar
Não se nasce impunemente nas praias de Portugal
MÃE
Mãe!
Olha, queres ouvir-me?
abre os olhos ao menos, diz que sim!
Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!
O que eu quero é mudar o mundo, mãe!
...Todo o meu corpo cresceu
Eu sei que traí, mãe.
Diz que me vês ainda, que me queres.
Guardo a tua voz dentro de mim.
Boa noite.
Alice Capelas, Célia Sousa, José Pereira, M. Graça Gonçalves, M. Jesus Manso - Turma 1
O Mar
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
Reino de medusas e água lisa.
Reino de silêncio, luz e pedra.
Barcos a sair
Barcos a chegar.
Sonhos a partir
Sonhos a chegar
Puro espaço e lúcida serenidade!
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
…milagre criado só para mim.
Barcos a sair
Barcos a chegar.
Sonhos a partir
Sonhos a chegar
As ondas quebravam uma a uma,
Eu estava só com a areia e a espuma.
Metade da minha alma é feita de maresia.
Queria tudo esquecer, tudo abandonar
Num barco em pleno Mar.
Barcos a sair
Barcos a chegar.
Sonhos a partir
Sonhos a chegar.
Cristina, Felicidade, Assunção e Margarida: T2
Mãe
Mãe:
Quero dizer-te um segredo que eu pensei.
Olha - queres ouvir-me?
Quando passas a tua mão pela minha cabeça
É tudo tão verdade!
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim
… és a eterna mulher entre as mulheres.
Quero dizer-te um segredo:
Mãe, não tem limite
É tempo sem hora.
Mãe! Passa a tua mãe pela minha cabeça
Assunção, Cristina, Felicidade e Margarida: T2
UM HOMEM COMO OUTRO QUALQUER
Que é a Poesia?
Todo o tempo é poesia.
Há quem brinque,
Há quem ria,
Nada se perde
Ou cria.
O segredo é amar.
É preciso saber olhar…
Olho-me e comovo-me:
Decidi que vou ser poeta.
O que é o poeta?
O poeta beija tudo,
Perde tempo a namorar com a ovelha,
Comove-se com coisas de nada,
Acha que tudo é importante.
E há poetas que são artistas.
E a minha vida está completa.
Sou poeta!
Assunção, Cristina, Felicidade e Margarida: T2
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