sexta-feira, 30 de maio de 2008

poema de Maria Adelina Vieira

Acordes finíssimos de harpa e violino
envolvem em luz de prata morna e coada
os poucos
que no silêncio escrito por suas mãos vazias
unem o pensamento e nele pronunciam
o nome das coisas inomináveis.

Leveda em cada uma destas mãos assim vazias
hora a hora em constante dedilhar
em forma de labor o pensamento
ou pão ou palavra ou traço ou peça ou massa
ou silêncio ou golpe ou som ou gesto
em sentido em cor em paixão

E só assim o corpo do verbo do longe se torna tão perto
que chega a não ter lugar.

Elisabete Macedo T2

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